Ano novo, vida nova... mas isso só a partir do dia primeiro. Hoje, 30, continuamos com os hábitos velhos, como se perder, por exemplo.
Começou tudo muito bem, conforme o planejado: malas prontas no dia anterior, saída no horário, nenhum item importante deixado pra trás. Eu no volante, Fernanda de DJ com seu iPod conectado no som do carro e Felipe dormindo no banco de trás. A primeira metade do percurso cumprida na metade do tempo previsto, sugerindo a pausa para o almoço. O restaurante não era de todo ruim, apesar da balconista que não sabe o que é uma porção de fritas (“Frita? De lingüiça?”).
Carro e tripulação abastecidos, aproveitei para programar o GPS com a rota para o hotel. Aí começaram os problemas. Bom, na verdade estava prevista alguma dificuldade, já que o site do hotel não indica o endereço exato, apenas um mapa no estilo jardim da infância. Até tentei escrever para pedir orientação melhor, mas a resposta foi de chorar: um trajeto copiado do Google Maps até Alfenas, e uma explicação simplória do tipo “ande mais 22 km (por qual estrada?) e siga as placas da pousada”.
Seguimos pela Fernão Dias, mas o GPS dizia que faltavam 3h20. Meus cálculos indicavam duas horas, estão comecei a desconfiar do aparelho. Quando ele mandou entrar à esquerda num trevo que não indicava Alfenas, duvidei e segui reto. Depois de 15 km comecei a achar que algo estava errado. Parei no acostamento, consultei o mapa, dei zoom no GPS e descobri que estava errado mesmo, deveria ter entrado lá atrás. Retorno e entro no trevo de Pouso Alegre.
Ok, aparelinho, agora estou em suas mãos. Até que a placa manda entrar à direita com destino a Alfenas, e você me manda ir reto. Desculpe, não vai dar. Daí pra frente o clima foi de dúvida, as indicações viárias eram exíguas, mas parecíamos estar no rumo. Desisti do GPS, que insista em querer me direcionar para estradinhas de terra, quase trilhas-de-burro. Chegando em Alfenas, precisava seguir pela estrada que leva a Areado. Não havia placas indicativas, então me fiei numa placa turística (das marrons) e entrei na primeira estrada, logo na entrada da cidade. Confesso que depois de alguns metros dei uma espiada no GPS para ver se estava no caminho certo – não tanto pela dúvida, mas para não deixá-lo tão acabrunhado – e segui confiante.
Agora é só esperar a placa do hotel. Que finalmente chegou. Só que chegou quase tarde demais, quase em cima da entrada, que quase não tinha acostamento e quase não me deu tempo de entrar antes de ser abalroado por um caminhão enorme que vinha colado atrás de mim. Ou seja, essa foi a hora em que eu quase morri.
Passado o susto, o resto do dia foi agradabilíssimo, a pousada era uma graça, o quarto ótimo, a piscina estava deliciosamente morna e o jantar foi excelente, na gastronomia e no atendimento. Consegui até aproveitar as horas finais do sol para curtir a piscina.
O Felipe, como esperado, num piscar de olhos já estava enturmado com as outras crianças e com os monitores, e fazendo algum sucesso com o violão.
Muitos pássaros, inclusive um casal bonito, talvez de socós, no alto da árvore nos fundos do quarto, prometem ótimas fotos. O espaço amplo e a boa infra-estrutura também prometem muita diversão.